Economia
Uma pedra no caminho do setor produtivo e de transportes

Uma pedra no caminho do setor produtivo e de transportes

A pedra na BR-277 – Serra do Mar – já causou prejuízos de mais de R$ 35 milhões ao setor de transportes de cargas do Paraná.

Pedro Ribeiro - sexta-feira, 18 de novembro de 2022 - 11:53

Se a BR-277, entre Curitiba a Paranaguá, estivesse sob a responsabilidade da concessionária Ecovia, certamente o problema da pedra que rolou na pista, no Viaduto dos Padres (KM 42 da Serra do Mar), já estaria solucionado. No máximo, 10 dias. A concessionária contrataria uma empresa especializada que evitaria este enorme transtorno aos usuários da rodovia. É questão contratual.

Hoje, 45 dias após o acidente, o transtorno para os usuários continua causando enormes prejuízos ao setor produtivo, de logística, empresas de transportes de cargas e ao próprio Porto de Paranaguá. 

De acordo com o presidente da Fetranspar – Federação das Empresas de Transportes Rodoviários do Paraná – coronel Sergio Malucelli, a interdição de uma das pistas da rodovia já causou prejuízos de mais de R$ 35 milhões a setor de transportes. No Porto de Paranaguá, um navio paga U$ 30 mil por cada 24h parado. 

Malucelli explica que, hoje, trafegam pela BR-277 em direção a Paranaguá entre l.900 a 2.100 por dia, além de outros 2 mil veículos de passeio. Um caminhão que faria o trajeto em 1 hora está demorando 3 horas, o que representa enormes prejuízos. Com a pista livre, a velocidade média de um veículo de grande porte é de 48 km/h. Com a pista interditada, caiu para 28 km/h. 

“A situação só tende a piorar, se não houver uma ação emergencial do Governo do Estado ou Federal (DNIT), porque o tráfego tende a aumentar com os veículos de passeio que descerão para o litoral. Hoje existem três opções para se chegar a Paranaguá: Via 277, Graciosa (que não permite passagem de caminhões) e Garuva, ferry-boat – outro problema”, pontua Malucelli.

ANEL DE INTEGRAÇÃO

Informação da Fetranspar mostra que, agora, no dia 29 de novembro as estradas do Anel de Integração do Paraná completam um ano sem cobrança de pedágio. Neste período de um ano, os motoristas viram as estradas ficarem cada vez pior. Isso também foi comprovado pela 25ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias, publicada nesta quarta-feira (9/11), pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o SEST SENAT. (Veja a pesquisa completa neste link https://www.cnt.org.br/agencia-cnt/rodovias-brasileiras-apresentam-piora-de-qualidade

Segundo a pesquisa, 62,5% da malha rodoviária pavimentada avaliada no Paraná apresenta algum tipo de problema, sendo considerada regular, ruim ou péssima.

Quanto ao asfalto, 57,1% da extensão da malha avaliada apresenta problemas. As condições do pavimento no estado geram um aumento de custo operacional do transporte de 28,8%. O estudo também estima que em 2022 haverá um consumo desnecessário de 63,6 milhões de litros de diesel devido à má qualidade do pavimento da malha rodoviária no Paraná. Esse desperdício custará R$ 290,12 milhões aos transportadores.

“Isso ocorre porque não há um plano de monitoramento de encostas, acompanhado por profissionais especializados que podem antever possíveis riscos em pontos críticos de rodovias. Isso é extremamente perigoso para usuários que utilizam as rodovias e leva prejuízo para as empresas de transportes e para as comunidades locais”, observa o presidente da Fetranspar, Coronel Sérgio Malucelli, ressaltando ainda que os problemas acontecem também em outras prestações de serviços previstos em administração de estradas “demora no atendimento médico, do apoio de guincho, na sinalização de um acidente, enfim, a falta destes apoio rápido e especializado acarreta também na falta de segurança para todos os usuários”, finaliza Malucelli.

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