Economia
Serviços foi o setor com mais empregos no Paraná em fevereiro
Gelson Bampi/FIEP

Serviços foi o setor com mais empregos no Paraná em fevereiro

Foram 16.997 oportunidades – 14,5 mil a mais do que o segundo setor melhor colocado, a indústria, com 2.543 novas vagas

Redação - sexta-feira, 7 de abril de 2023 - 07:19

O setor de serviços foi o que mais gerou empregos formais no Paraná no mês de fevereiro. Foram 16.997 oportunidades – 14,5 mil a mais do que o segundo setor melhor colocado, a indústria, com 2.543 novas vagas. O comércio admitiu 2.141 pessoas, seguido pelo agropecuário (1.222) e pela construção civil (1.178). No total, o estado abriu 24.081 postos de trabalho no mês. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Governo Federal (Novo Caged).

O resultado da indústria é melhor do que o de janeiro, com alta de 33%, mas mostra que há uma desaceleração na comparação com fevereiro de 2022, com redução de 21% no quadro de contratações. No acumulado do primeiro bimestre deste ano, o saldo do setor (admissões menos demissões) é positivo e chega a 4.454 empregos criados. Apesar disso, o índice está 52% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado.

A analista da assessoria econômica e de crédito da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Mari dos Santos, avalia os dados de forma positiva. “A boa notícia é que a indústria continua abrindo oportunidades, embora em um ritmo mais lento. No geral, o estoque de trabalhadores vem crescendo mês a mês. Era de 740 mil trabalhadores em janeiro e, no mês seguinte, foi para 742 mil”, destaca.

AVALIAÇÃO NACIONAL

No Brasil, o movimento é parecido, porém, as quedas foram menores. A indústria nacional criou 40.380 postos em fevereiro, 18% mais do que em janeiro, mas 7,5% menos do que no mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, o país gerou 74.490 empregos na indústria, 23% a menos do que no mesmo período de 2022 (96.518).

No Sul, os gaúchos lideram o ranking de fevereiro com mais de 12 mil vagas abertas, seguidos pelos catarinenses, 5.864. Somando janeiro e fevereiro, o Rio Grande do Sul liderou as contratações (15.687). Na sequência vem Santa Catarina, com 15.372 novas oportunidades de trabalho abertas.

ATIVIDADES INDUSTRIAIS

Das 24 atividades avaliadas no Paraná, 15 criaram empregos e uma ficou estável (bebidas). O setor de confecções e artigos do vestuário liderou as contratações em fevereiro (484), seguido por alimentos (395), automotivo (339), fabricação de produtos de metal (278) e borracha e material plástico (214). Quem mais demitiu do que contratou durante o mês foi o segmento de máquinas e equipamentos e outros equipamentos de transporte, ambos com o fechamento de 65 vagas. Depois vêm petróleo (-25), minerais não-metálicos (-23) e celulose e papel (-20).

No acumulado do ano, o movimento é parecido. O segmento de confecções e artigos do vestuário lidera a abertura de vagas no estado, com 1.317 novos contratados. Alimentos vem na sequência (1.232), seguido por produtos de metal (522), automotivo (426) e borracha e material plástico (401). Entre os segmentos que mais dispensaram trabalhadores estão fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-526), produtos de madeira (-368), fabricação de máquinas e equipamentos (-251), metalurgia (-200) e produtos de minerais não-metálicos (-163).

A analista reitera que o movimento já era esperado. “O desempenho da indústria aponta para um comportamento natural quando há troca de governo. Normalmente, o empresário aguarda as definições da nova gestão do país com relação aos rumos da economia”, destaca. “Cabe ressaltar a manutenção da taxa básica de juros, de 13,75%, sem previsão de queda. Outro fator seria a mão de obra qualificada para a indústria, que está cada vez mais escassa. Os setores estão disputando os trabalhadores mais qualificados”, justifica.

Segundo ela, também há questões externas que influenciam a decisão dos industriais com relação à geração de empregos, como a continuidade do conflito entre Rússia e Ucrânia e a questão de a China estar importando produtos em menor valor do Paraná, o que tem efeito imediato nos setores exportadores do estado. Há ainda a alta de 15% no preço de insumos nos setores de sabões e cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal, fabricação de bebidas e impressão e reprodução de gravações, no Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Esse cenário impacta diretamente nos custos de produção e no preço final das mercadorias ao consumidor, inibindo políticas de expansão por parte do empresário, como a abertura de novas vagas de trabalho”, conclui a analista da Fiep.

 

 

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