Economia
Puxado pela batata e tomate, preço da cesta básica aumenta 2,59%

Puxado pela batata e tomate, preço da cesta básica aumenta 2,59%

Em média, o curitibano precisa desembolsar R$ 696,31 para comprar alimentos básicos. O valor é o quinto mais alto entre as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese

Leonardo Gomes, especial para o Paraná Portal - segunda-feira, 7 de novembro de 2022 - 14:51

O custo médio dos alimentos básicos da mesa do curitibano encerrou outubro em R$ 696,31 – uma alta de 2,59% na comparação com o registrado no mês anterior. O valor é o quinto mais alto entre as 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). No ano, o percentual de aumento do conjunto de alimentos básicos foi de 10,80%, e em 12 meses de 8,82%.

Entre setembro e outubro os maiores aumentos foram verificados na batata (27,83%), tomate (23,13%), banana (10,51%), açúcar (0,74%), pão francês (0,72%) e arroz parboilizado (0,26%). Já os produtos com reduções foram: leite integral (-11,50%), feijão preto (-3,99%), óleo de soja (-2,63%), farinha de trigo (-1,62%), café (-1,03%), manteiga (-0,02%) e carne bovina de primeira (-0,02%).

Segundo o economista do Dieese, Rafael Durlo, a dinâmica do setor produtivo foi determinante para a alta média dos alimentos.

“O fim da safra de inverno responde essas altas da batata, tomate e banana, ou seja, a demanda continua alta, mas existem menos produtos disponíveis no mercado. Além disso, esse grande volume de chuvas das últimas semanas também tem afetado a safra de alguns produtos.”

No ano, entre outubro deste ano e dezembro de 2021, dez produtos se destacam entre as altas acumuladas: batata (71,73%), banana (50,73%), leite integral (35,75%), farinha de trigo (31,41%), manteiga (27,66%), pão francês (14,27%), café (10,13%), óleo de soja (3,96%), carne bovina de primeira (0,73%) e tomate (0,46%). Na outra ponta, ocorreram quedas do feijão preto (-11,60%), arroz parboilizado (-9,72%) e no açúcar refinado (-2,38%).

Em 12 meses, ou seja, na comparação dos resultados de outubro deste ano com outubro de 2021, outros dez produtos também se destacaram, alguns voltam a aparecer na lista como a banana (62,03%), farinha de trigo (35,82%), café (32,18%), leite integral (30,13%), na sequência aparecem a batata (28,41%), manteiga (24,04%), pão francês (16,76%), óleo de soja (8,01%), açúcar refinado (3,01%) e na carne bovina de primeira (2,49%). As reduções ocorreram apenas com o tomate (-20,29%), arroz parboilizado (-13,14%) e no feijão preto (-11,21%).

AUMENTOS GENERALIZADOS PELO PAÍS

O aumento de preço da cesta básica foi verificado em 12 das 17 capitais analisadas pelo Dieese.

Entre setembro e outubro, as altas mais expressivas ocorreram em Porto Alegre (3,34%), Campo Grande (3,17%), Vitória (3,14%), Rio de Janeiro (3,10%) e Curitiba e Goiânia (ambas com 2,59%). Já as reduções ocorreram no Recife (-3,73%), Natal (- 1,40%), Belém (-1,16%), Aracaju (-0,61%) e João Pessoa (-0,49%).

“Assim como em Curitiba, outras capitais também tiveram forte influência da alta no preço da batata, tomate e banana. Então, a influência desses alimentos por aqui também se replica em nível nacional”, conclui Durlo.

A capital gaúcha (Porto Alegre) foi a cidade com o conjunto de alimentos básicos mais caro (R$ 768,82), seguida por São Paulo (R$ 762,20), Florianópolis (R$ 753,82), Rio de Janeiro (R$ 736,28) e Campo Grande (R$ 733,65). Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 515,51), Recife (R$ 558,40), João Pessoa (R$ 559,57) e Salvador (R$ 562,59).

Na análise dos últimos 12 meses, as capitais que lideram o ranking das maiores altas de preço são Vitória (5,48%) e Salvador (15,38%).

Desde de janeiro, o custo da cesta básica apresentou elevação em todas as cidades, com destaque para as variações acumuladas em Campo Grande (14,39%), Goiânia (13,15%), Porto Alegre (12,58%), Brasília (12,47%) e Curitiba (10,80%). Em Recife, foi observado o menor percentual (4,89%).

Na avaliação do economista, apesar da deflação registrada nos últimos meses, no geral, a inflação tem sido generalizada entre os alimentos básicos. Na pespectiva de futuro, ele aponta que o compromisso já assumido pelo presidente eleito Lula (PT) de manter o estoque regulatório pode ser um importante instrumento para segurar potenciais novas altas.

“Esse tipo de política deve contribuir pelo menos para uma estabilidade de preços. Claro que precisamos avaliar o desempenho disso nos primeiros meses de governo.”

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