Economia
Produtos utilizados nas festas juninas sobem acima da inflação

Produtos utilizados nas festas juninas sobem acima da inflação

Os itens típicos da festa junina estão, em média, 13% mais caros neste ano, enquanto a inflação medida pelo IPCA dos últimos 12 meses ficou em 10%.

BandNews FM Curitiba - terça-feira, 7 de junho de 2022 - 07:41

Os itens típicos da festa junina estão, em média, 13% mais caros neste ano, na comparação com 2021. O número é maior que a inflação dos últimos 12 meses, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que ficou em 10%.

A constatação faz parte de levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE) que analisou os preços de 27 itens alimentícios que já constam na cesta do IPCA.

Segundo o pesquisador e economista da FGV, Matheus Peçanha, isso se explica por alguns fatores, entre eles o sazonal e o climático.

“Alimentos tenderiam a ter uma alta superior a média da inflação, e o próprio período junino propicia isso, por ser um período de inverno. A gente sofreu desde 2020 praticamente com seca, num primeiro momento, vindo do La Niña, posteriormente geada naquele inverno, e chuvas torrenciais. Não tem lavoura que aguente”, aponta.

AUMENTO NOS PRODUTOS DA CESTA JUNINA

O principal aumento na cesta junina foi da batata inglesa, que subiu mais de 70% nos últimos doze meses. Em terceiro lugar na lista de maiores aumentos está a couve, que subiu quase 30%. Os ingredientes são considerados essenciais para o preparo do caldo verde, por exemplo, prato típico da festa em várias partes do país.

O especialista da FGV ainda diz que os ingredientes juninos têm difícil substituição. Neste caso, o ideal é pesquisar entre os estabelecimentos e buscar preços menores em lojas de atacado.

“Tivemos uma desvalorização cambial ano passado que é muito importante para explicar a alta, sobretudo de produtos proteicos, carne, leite, o ovo também. Essa desvalorização cambial, aliada a um aumento da demanda chinesa, provocou um aumento absurdo de exportações, para a China principalmente. E isso colabora pra essa pressão inflacionária nesses produtos aqui dentro”, completa.

A lista aponta, ainda, a segunda maior alta para o açúcar refinado, utilizado em uma infinidade de pratos e quitutes das festas juninas. O item coringa ficou 42% mais caro no período analisado.

As informações são da Bandnews Curitiba.

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