Economia
Produção industrial do Paraná cai em janeiro, mas acumulado em 12 meses é positivo

Produção industrial do Paraná cai em janeiro, mas acumulado em 12 meses é positivo

Expectativa do setor industrial para o ano era de uma melhora de cenário, mas o conflito no leste europeu deve mudar essa previsão

Redação - terça-feira, 15 de março de 2022 - 15:46

A produção industrial do Paraná encolheu 3,7% em janeiro na comparação com primeiro mês de 2021. O resultado segue a tendência nacional, porém em menor escala, já que o país contabilizou 7,2% de retração no mês. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Das 15 regiões analisadas pelo Instituto, apenas quatro cresceram: Mato Grosso (43%), Espírito Santo (5,4%), Rio de Janeiro (2,8%) e Goiás (2,1%). No Sul, Santa Catarina (-9,7%) e Rio Grande do Sul (-6,3%) registraram queda mais acentuada que o Paraná.

Apesar do indicador negativo, nos últimos 12 meses a indústria paranaense acumula 7,8% de crescimento, terceiro melhor resultado no ranking nacional, superado apenas por Santa Catarina (8,5%) e Minas Gerais (8,3%). O país teve alta de 3,1% no mesmo período.

“A atividade industrial vem registrando diminuição no ritmo de produção desde o quarto trimestre do ano passado”, justifica o economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Evânio Felippe.

Na visão do economista, até agosto de 2021 o setor vinha numa retomada forte, mas perdeu fôlego e desde então inverteu a curva numa tendência de queda. “Isso se deve em parte à escassez e alta considerável nos insumos e matérias-primas para produção, que têm pressionado os custos das empresas e, consequentemente, desacelerado o ritmo de trabalho nas fábricas”, avalia.

Das 13 atividades industriais avaliadas pelo IBGE, cinco cresceram em relação a janeiro do ano passado. Foi o caso de bebidas (+29,6%), máquinas e equipamentos (+24,5%), celulose e papel (+4,8%), produtos químicos (+ 1,7%) e madeira (+1,4%).

As mais prejudicadas, por sua vez, foram máquinas, aparelhos e materiais elétricos (- 35%), móveis (-34,7%), automotivo (-25,6%), borracha e material plástico (-14,9%) e fabricação de produtos de metal (-8,6%). O setor de alimentos, o maior do estado, também recuou em 3%. “Os desempenhos dos setores alimentício, automotivo e metalmecânico tiveram um peso importante nessa queda da produção industrial em janeiro”, explica Felippe.

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O economia da Fiep acrescenta que a expectativa para o ano era de uma melhora de cenário por conta do controle maior da pandemia e da retomada de segmentos de comércio e serviços, que demandam mais produção na indústria. Mas o conflito no leste europeu, que ainda não foi captado nessa pesquisa do IBGE, deve mudar essa previsão.

“A atividade industrial vai sofrer o impacto da alta no preço dos insumos no mercado internacional e vai ter que se adequar tanto em relação à escassez e problemas logísticos quanto a custos mais elevados para compra desses produtos. Isso pode comprometer não só o ritmo de produção quanto a geração de empregos e os investimentos previstos no planejamento das empresas para este ano. O impacto deve ser sentido em outros segmentos da cadeia industrial”, analisa o economista.

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