Economia
Petrobras corta preço do combustível de avião, mas passagem não deve ficar mais barata

Petrobras corta preço do combustível de avião, mas passagem não deve ficar mais barata

Empresas aéreas alegam que a medida anunciada pela Petrobras é insuficiente para cobrir a alta do produto nos últimos anos.

Joana Cunha - Folhapress - terça-feira, 3 de janeiro de 2023 - 08:08

Logo depois de a Petrobras anunciar um corte médio de 11,6% no preço do combustível de avião para as distribuidoras nesta segunda-feira (2) -uma notícia que pode pressionar o mercado de aviação a baixar o valor das passagens -, as companhias aéreas brasileiras rebateram o comunicado.

Segundo a Abear (associação que reúne empresas como Gol, Latam e Voepass), a medida é insuficiente para cobrir a alta do produto nos últimos anos.

A Petrobras afirma que o novo reajuste mensal, que traz a segunda queda consecutiva, completa cinco reduções de preço do querosene de aviação desde julho, alcançando 22,5% de queda no período.

Mas a Abear reage: “na comparação com 2019, o QAV chegou a aumentar 121%, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo. No acumulado de 2022, o QAV teve alta de 49,6%”, disse a Abear em nota.

As variações no preço do combustível costumam ser sentidas rapidamente pelo consumidor final porque o QAV equivale a cerca de 40% dos custos das companhias aéreas, segundo o mercado de aviação.

“Essa queda ainda é insuficiente, assim como as anteriores. O combustível segue precificado como se viesse do exterior, sendo que mais de 90% desse insumo é produzido no país. O QAV disparou nos últimos três anos e isto impacta custos estruturais e preços de bilhetes”, afirma.

Eduardo Sanovicz, presidente da Abear, que defende revisão da política de precificação.

Em nota, a estatal afirma que os preços do combustível buscam equilíbrio com o mercado e acompanham as variações do valor do produto e do câmbio com reajustes aplicados em base mensal, mitigando a volatilidade diária.

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