Economia
Para evitar racionamento, governo reduz vazão de usinas no rio Paraná

Para evitar racionamento, governo reduz vazão de usinas no rio Paraná

Na tentativa de evitar um racionamento de energia elétrica nos próximos meses, o governo decidiu reduzir a vazão das usi..

Daniel Carvalho - Folhapress - sábado, 12 de junho de 2021 - 14:08

Na tentativa de evitar um racionamento de energia elétrica nos próximos meses, o governo decidiu reduzir a vazão das usinas hidrelétricas de Jupiá e Porto Primavera, no rio Paraná.

Portaria assinada pelo ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) foi publicada em edição extra do “Diário Oficial da União” no fim da noite de sexta-feira (11).

Pelo texto publicado, o concessionário da usina hidrelétrica Jupiá deverá iniciar imediatamente a realização de testes de redução de defluência mínima até atingir o valor de 2.300 m³/s de forma estável, a partir de 1º de julho. Hoje, a quantidade mínima de água liberada na usina é de 3.300 m³/s.

No caso da hidrelétrica de Porto Primavera, a redução deve ser de 3.900 m³/s para 2.700 m³/s.

Estas reduções já haviam sido recomendadas em uma nota técnica do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) no fim de maio.

O texto do ONS informa que “os níveis de armazenamento dos reservatórios localizados na bacia do rio Paraná não se recuperaram de forma satisfatória ao longo do período úmido 2020/2021, resultado da pior sequência hidrológica dos últimos 50 anos do histórico para o período de setembro a maio observada nessa bacia”.

Simulações executadas pelo ONS demonstram que a geração hidráulica compulsória necessária para o atendimento das defluências mínimas das usinas de Jupiá e Porto Primavera é o fator limitante para proporcionar melhores condições de operação hidráulica na bacia do rio Paraná.

De acordo com o Operador, o ganho energético do incremento de geração proveniente de outras fontes resultará em ganhos de armazenamento em outras bacias.

Ainda segundo o ONS, a flexibilização nas duas usinas hidrelétricas em conjunto com a flexibilização da cota mínima de operação da hidrovia Tietê-Paraná vão proporcionar ganhos de armazenamento nos principais reservatórios da bacia do rio Grande.

“Especificamente para a UHE Furnas, tais flexibilizações evitam o esgotamento dos recursos”, informa a nota do Operador Nacional do Sistema Elétrico.

Após a pior seca da história, os reservatórios das hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste terminam o período de chuvas no menor nível desde 2015.

No fim de maio, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou a aplicação do patamar 2 da bandeira tarifária vermelha para o mês de junho, ao custo de R$ 6,243 para cada 100kWh (quilowatt-hora) consumidos.

A agência citou “condições hidrológicas desfavoráveis” em maio para ativar o patamar mais caro dos sistema de bandeiras tarifárias.

O Ministério de Minas e Energia ampliou o leque de usinas termelétricas sem contrato que podem ser usadas para tentar evitar um racionamento de energia em 2021. Portaria de 7 de junho abriu a possibilidade de acionamento de usinas a outros combustíveis além do gás natural.

A busca por novas fontes de geração é uma das prioridades do esforço do governo para evitar o racionamento, diante do baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas.

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