Economia
Lula sobe o tom contra BC e volta a criticar taxa Selic

Lula sobe o tom contra BC e volta a criticar taxa Selic

A taxa básica de juros brasileira está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano.

Guilherme Grandi - segunda-feira, 24 de abril de 2023 - 11:00

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a subir o tom contra o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, e o atual nível da taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano.

“Nós temos um problema no Brasil, primeiro-ministro [António Costa], que Portugal não sei se tem. É que a nossa taxa de juros é muito alta. No Brasil, a taxa Selic, que é a referencial, está em 13,75%. Ninguém toma dinheiro emprestado a 13,75%, ninguém. E não existe dinheiro mais barato”, disse Lula.

A fala ocorreu no Fórum Empresarial Portugal-Brasil: Parcerias para a Inovação, em Matosinhos, no país europeu, nesta segunda-feira (24), ao lado do primeiro-ministro português António Costa.

A taxa básica está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano. Em março, o BC optou por não mexer na taxa pela quinta vez seguida, que permanece nesse nível desde agosto do ano passado.

“Um país capitalista precisa de dinheiro e esse dinheiro tem que circular, não apenas na mão de poucos. É a gente garantir que os pobres possam participar. Porque quando eles virarem consumidor, vão comprar. Quando eles comprarem, o comércio vai vender. Quando o comércio vender, vai gerar emprego, vai comprar mais produto na fábrica, não precisa importar da China. Mais emprego vai gerar mais salário, é a coisa mais normal de uma roda gigante da economia funcionando e todo mundo participando”, acrescentou Lula.

Em Portugal, o presidente Lula também participa evento de entrega do Prêmio Camões ao cantor e compositor Chico Buarque. Em 2019, ele foi o vencedor da 31ª edição do prêmio, o principal da literatura em língua portuguesa, mas o ato de entrega não foi assinado pelo então presidente Jair Bolsonaro.

A agenda presidencial no Velho Continente contempla, ainda, uma visita oficial à Espanha, onde também há a expectativa da assinatura de quatro acordos comerciais em áreas diversas.

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