Economia
Leilão de arroz pode trazer efeito contrário, diz Deral
Reprodução/Pixabay

Leilão de arroz pode trazer efeito contrário, diz Deral

Paraná é responsável por apenas 1,5% da produção nacional

Mirian Villa - sexta-feira, 7 de junho de 2024 - 10:53

O valor do arroz deve subir ainda mais no Paraná, de acordo com uma estimativa do Deral (Departamento de Economia Rural do Paraná). Isso porque a tragédia no Rio Grande do Sul, maior produtor nacional do grão, ainda causa impactos na comercialização do produto.

O Estado é responsável por apenas 1,5% da produção nacional. No período de um ano, o preço do cereal ficou até 38% mais alto. Apesar do cenário incerto, a safra deste ano deve ser de sete milhões de toneladas no Paraná, número próximo ao registrado em 2023.

O engenheiro agrônomo do Deral, Hugo Carlos Godinho, afirma que a alta no preço do grão no Paraná é reflexo da tragédia no estado gaúcho, mas que os valores cobrados em todo o Brasil não condizem com a realidade.

“Até ter o problema das enchentes, a gente estava vendo o preço recuar, de diminuição, só que essa demanda momentânea do último mês acabou elevando um pouco os preços dentro do varejo, refletiu entre 1% a 3%, não é muito, mas escancara essa demanda um pouco maior da população”, detalhou.

Para tentar diminuir o preço do arroz, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), realizou o primeiro leilão de cereal importado nesta quinta-feira (6). Foram adquiridos 263 mil toneladas do grão, número abaixo da projeção do governo federal. O preço médio da compra foi de R$ 25 para cada saco de cinco quilos de arroz.

O governo federal alega que o quilo do arroz chegará ao consumidor por R$ 4. A realização do leilão foi tomada diante do alto volume de chuvas no Rio Grande do Sul, que afetou a atual safra, com o objetivo de reduzir o preço do produto, que chegou a aumentar em até 40% 

Porém, para o especialista do Departamento de Economia Rural do Paraná, a decisão pode ter efeito contrário. “Sempre que a gente acaba importando, a gente importa em dólar, e o preço do arroz não está muito barato. Então, com isso, a gente já deve ter um encarecimento do produto. Mas é sempre bom lembrar, que esse é o momento que a gente tem maior oferta de arroz do Brasil, nós produzimos bastante agora e isso pode até aliviar o preço interno”, explica.

Conforme o edital que determinou as regras do leilão, após a compra, o preço do produto será tabelado e o pacote terá o rótulo do governo. O quilo será vendido por R$ 4 em 11 estado, inclusive no Paraná. O arroz, longo fino tipo 1, deve chegar ao consumidor até setembro.

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