Economia
Leilão do arroz: ‘teve falcatrua nessa história’, avalia Pedro Lupion
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Leilão do arroz: ‘teve falcatrua nessa história’, avalia Pedro Lupion

A Conab solicitou que as empresas provem ter capacidade para a operação

Lorena Pelanda - segunda-feira, 10 de junho de 2024 - 11:02

O leilão que prevê a compra de arroz importado como medida para reduzir os impactos causados pela tragédia no Rio Grande do Sul é alvo de muitas críticas. Quatro empresas venceram o leilão. Entre elas, está um pequeno mercado de queijos em Macapá, que só no mês passado deu um salto no capital social de R$ 80 mil para R$ 5 milhões.

Também ganhou o certame, um empresário de Brasília que admitiu à Justiça ter pago propina para garantir um contrato com a Secretaria de Transportes do Distrito Federal. Diante de tantas suspeitas, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Pedro Lupion (PP), afirma que não havia necessidade de realizar o leilão, já que a maioria da produção de arroz no Rio Grande do Sul foi estocada.

“A gente alertou semanas antes desse leilão, logo que ele foi anunciado, de que 85% da safra gaúcha estava colhida e estocada. Não havia necessidade da compra desse arroz, e segundo que o governo não tinha condições de fazer. Foi feito um leilão esdrúxulo, com gente do governo extremamente envolvida, diversas matérias aparecendo por aí, sobre gente que levou vantagens nisso.”

Ele diz que todas medidas cabíveis serão tomadas para que o leilão seja desconsiderado. “Nós vamos usar todas as medidas legais e legislativas para mostrar que teve falcatrua nessa história, que não havia necessidade da realização, que alguém está levando muita vantagem nisso e que o principal que é chegar arroz barato e de qualidade na mesa do brasileiro não vai acontecer”, reforça.

De acordo com o político paranaense, o dinheiro deveria ser aplicado no plano safra. “O arroz que supostamente será importado é um arroz de baixíssima qualidade que não atinge os padrões, ou seja, ele não cumpre os padrões da vigilância sanitária que nós exigimos aqui no Brasil. Esse dinheiro deveria ser usado para fazer equalização de juros no plano safra, por exemplo, que é tão importante para fomentar o produtor de plantar novamente”.

Na semana passada, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) solicitou que as empresas que venceram o leilão provem ter capacidade para a operação.

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