Economia
Indústria tem segundo mês de queda na produção no Paraná

Indústria tem segundo mês de queda na produção no Paraná

Em março, o índice já havia apresentado retração, acompanhando a tendência nacional que registra 0,4% de diminuição do ritmo no primeiro quadrimestre de 2023.

Redação - quinta-feira, 29 de junho de 2023 - 19:05

Pelo segundo mês consecutivo, a produção industrial paranaense teve redução em abril, com queda de 0,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. Em março, o índice já havia apresentado retração, acompanhando a tendência nacional que registra 0,4% de diminuição do ritmo no primeiro quadrimestre de 2023 em relação a 2022. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para especialistas, os motivos para a redução na produção industrial nacional e paranaense estão ligados ao poder de consumo da população. “Com desemprego em patamares elevados e trabalhadores com renda mais baixa, o consumo tende a diminuir. Some-se a isso a taxa de juros elevada no Brasil, o que inibe a busca por crédito para financiar a aquisição de bens de maior valor”, avalia o analista de Assessoria Econômica e de Crédito da Fiep, Evânio Felippe.

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DESACELERAÇÃO DA INDÚSTRIA

A desaceleração da atividade na indústria nacional em abril foi ainda maior, ficou em -2,7%. Os estados vizinhos, Santa Catarina e Rio Grande do Sul tiveram queda mais acentuada, de 5,9% e 7,2%, respectivamente, no mesmo período. Entre as 15 regiões analisadas pelo IBGE, apenas Amazonas (11%), Minas Gerais (6,5%) e Rio de Janeiro (3,4%) estão crescendo este ano.

Segundo Felippe, com dificuldades financeiras o consumidor tende a não comprometer a renda e compra apenas o essencial. Isso é explicado também pelos dados sobre o comércio e serviços. Bebidas, alimentos e produtos mais baratos continuam tendo aumento de produção, enquanto produtos de maior valor agregado, como automóveis, máquinas e equipamentos e eletrodomésticos, registram queda.

A indústria de bebidas paranaense, por exemplo, teve a maior taxa de crescimento na variação mensal frente a abril de 2023, cerca de 15%. Depois aparecem alimentos (11,4%), petróleo (11,3%) e móveis (2,9%) com aumento na produção. O segmento de máquinas, aparelhos e materiais elétricos registrou a maior redução (-29%), seguido por madeira (-27%), produtos químicos (-23%), celulose e papel (-19%) e máquinas e equipamentos (-13%), minerais não-metálicos (-10 %) e automotivo (-6 %).

OTIMISMO PARA O FUTURO

As projeções dos agentes financeiros para os indicadores econômicos, até o fim de 2023, animam os empresários. O PIB industrial deve crescer este ano e em 2024, respectivamente, em +0,60% e +1,04%. As expectativas de crédito, tanto para pessoa física quanto para pessoa jurídica, apontam alta em torno de 8% este ano e de 10% para o ano que vem. Outra notícia otimista vem das vendas no varejo, com tendência de crescimento de 0,21% neste ano. A taxa Selic, hoje em 13,75% ao ano, deve chegar, segundo as expectativas de mercado, cotada a 12,25% em dezembro e, a 10%, em 2024.
 

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