Economia
Estudo aponta que 43% das organizações utilizam IA nas operações financeiras
Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Estudo aponta que 43% das organizações utilizam IA nas operações financeiras

Ferramenta é usada com foco na automatização de processos

Mirian Villa - quarta-feira, 22 de maio de 2024 - 09:51

A adoção de inteligência artificial na área financeira das empresas é algo que tem sido amplamente discutido. Segundo a pesquisa “State of AI in Financial Services”, publicada este ano pela NVIDIA, 43% das organizações no mundo já utilizam algum tipo de IA em suas operações.

O levantamento, que contou com 400 líderes globais do setor financeiro, concluiu que as instituições de serviços financeiros vêm usando cada vez mais essa tecnologia com foco em automatizar processos e melhorar o serviço ao cliente.

No Brasil, mais de 50% das empresas implementaram a inteligência artificial, Internet das Coisas (IoT) ou ambas em parte de seus processos, conforme o estudo publicado em 2024 pela Kaspersky. Entretanto, a adoção da IA na área financeira levanta preocupações legítimas em relação à segurança e à privacidade dos dados.

O manuseio de informações financeiras sensíveis requer medidas rigorosas de proteção para evitar violações de dados e possíveis danos à reputação da empresa. Conforme o relatório “Impressões Digitais e sua relação com as pessoas e as empresas”, em 2023 quase metade (46%) dos funcionários brasileiros afirmam ter acesso a informações sigilosas de clientes cadastrados no banco de dados da empresa onde trabalham.

Outra pesquisa da Kaspersky dessa vez em parceria com a consultoria Corpa, aponta que 58% dos brasileiros estão preocupados em ter seus dados pessoais vazados. Para o coordenador do Comitê de Inovação do IBEF-PR (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Paraná), Jorge Felisberto, é essencial que os executivos financeiros abordem a adoção das inteligências artificiais de forma estratégica e cautelosa.

Isso inclui investir em sistemas robustos de gerenciamento de dados, garantir a transparência e a responsabilidade na utilização da IA e capacitar os colaboradores para compreender e interpretar adequadamente as visões gerados pelos algoritmos.

“Empresas que negligenciam a importância de manter seus colaboradores e capacitá-los para performar esse novo papel, focando apenas no ganho de curto prazo que a IA pode gerar, pela via da substituição de mão de obra, irão, mais cedo do que imaginam, pagar um preço altíssimo”, afirma.

Felisberto esclarece que, embora a inteligência artificial ofereça oportunidades significativas para aprimorar os processos financeiros das organizações, é essencial equilibrar os benefícios potenciais com os desafios e as considerações éticas.

Ao fazê-lo, as empresas podem maximizar o valor da IA enquanto mitigam os riscos associados à sua implementação.

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