Economia
Bloqueio na BR-277 já causou prejuízo de R$ 35 milhões, diz Fetranspar

Bloqueio na BR-277 já causou prejuízo de R$ 35 milhões, diz Fetranspar

A rodovia liga o interior do Paraná ao Porto de Paranaguá, no litoral, e está parcialmente interditada desde o dia 14 de outubro

Redação - quinta-feira, 10 de novembro de 2022 - 19:01

Um estudo feito pela Fetranspar (Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná) aponta que a interdição da BR-277, em Morretes, no litoral, já causou um prejuízo de R$ 34,3 milhões.

A rodovia está parcialmente interditada na Serra do Mar, na altura do km 42, desde o dia 14 de outubro. Na ocasião, um deslizamento de pedras forçou a interrupção das pistas em um trecho de quase um quilômetro. Atualmente, o tráfego é permitido em apenas uma pista.

A última previsão do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) é de que a liberação total do trecho aconteça no final da primeira quinzena de dezembro.

Segundo a Fetranspar, a interdição parcial tem gerado filas constantes, aumentado o tempo de deslocamento dos caminhões que seguem para o Porto de Paranaguá.

O estudo usou como comparativo uma carreta com capacidade de transportar 54 toneladas até o Porto de Paranaguá. Os valores foram calculados levando em conta o período de 25 dias e o custo por 8 horas de trabalho, além do valor de uma diária de um caminhão em Paranaguá.

Os prejuízos calculados também levam em conta o aumento do tempo de viagem que os caminhoneiros estão enfrentando com a interdição de uma pista na BR-277. Com a pista livre, a velocidade média de um veículo deste porte é de 48 km/h. Com a pista interditada, caiu para 28 km/h.

O presidente da Fetranspar, Coronel Sérgio Malucelli, afirma que a situação é reflexo da morosidade no trâmite de lançamento de editais e realização dos leilões do pedágio no Paraná. No dia 29 de novembro, as estradas do Anel de Integração do Paraná completam um ano sem cobrança de pedágio.

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Neste período, segundo Malucelli, os motoristas viram as estradas ficarem cada vez pior. Isso também foi comprovado pela 25ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias, publicada nesta quarta-feira (9), pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o SEST SENAT.

Segundo a pesquisa, 62,5% da malha rodoviária pavimentada avaliada no Paraná apresenta algum tipo de problema, sendo considerada regular, ruim ou péssima.

Quanto ao asfalto, 57,1% da extensão da malha avaliada apresenta problemas. As condições do pavimento no estado geram um aumento de custo operacional do transporte de 28,8%.

O estudo também estima que em 2022 haverá um consumo desnecessário de 63,6 milhões de litros de diesel devido à má qualidade do pavimento da malha rodoviária no Paraná. Esse desperdício custará R$ 290,12 milhões aos transportadores.

Com a chegada do verão e o aumento do período chuvoso crescem os riscos de novos deslizamentos de pedras nas estradas, o que pode gerar novas interdições e mais prejuízos aos motoristas e transportadores.

“Isso ocorre porque não há um plano de monitoramento de encostas, acompanhado por profissionais especializados que podem antever possíveis riscos em pontos críticos de rodovias. Isso é extremamente perigoso para usuários que utilizam as rodovias e leva prejuízo para as empresas de transportes e para as comunidades locais”, observa o presidente da Fetranspar, Coronel Sérgio Malucelli.

Ele ressalta que os problemas acontecem também em outras prestações de serviços previstos em administração de estradas: “Demora no atendimento médico, do apoio de guincho, na sinalização de um acidente, enfim, a falta de apoio rápido e especializado acarreta também na falta de segurança para todos os usuários”, conclui.

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