Economia
1,5 milhão de paranaenses têm acesso insuficiente à água
Foto: Carlos Costa

1,5 milhão de paranaenses têm acesso insuficiente à água

Estudo aponta que 13% da população costuma passar mais de 24 horas sem o abastecimento

Francine Lopes - quinta-feira, 16 de novembro de 2023 - 16:06

Um milhão e meio de paranaenses têm acesso insuficiente à água. O novo estudo do Instituto Trata Brasil, feito com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE, aponta que 13% da população costuma passar mais de 24 horas sem o abastecimento.

O levantamento mostra também que aproximadamente um milhão de pessoas têm dificuldade de acesso aos serviços básicos, como coleta de esgoto, abastecimento de água potável e banheiro. A presidente executiva do Trata Brasil, Luana Pretto, lembra que a situação afeta principalmente a população vulnerável.

“Mas se essas pessoas não têm reservatório, às vezes a pessoa está trabalhando quando chega água na sua casa. E isso prejudica o dia a dia da população. Então imagina que tem uma residência que está numa área vulnerável, uma área isolada, que é o perfil da população que não tem acesso à água, onde a renda familiar é de até R$ 2.400,00. A escolaridade é de ensino fundamental incompleto. A mãe tem que ficar acordada na madrugada para poder encher baldes de água e garantir que tenha água suficiente para fazer o cozimento dos alimentos, poder tomar banho, lavar roupa. A falta de acesso à água prejudica o dia a dia da população e também a saúde. Quem não tem acesso à rede de água vai buscar essa água de alguma maneira.”

A busca por fontes alternativas de abastecimento pode levar a uma série de doenças. Já a falta de saúde afeta diretamente a produtividade e o acesso à educação. Luana defende que o saneamento básico deveria ser uma prioridade nas políticas públicas.


“Depende de a gente ter uma priorização do tema do saneamento básico na política local, mas o município muitas vezes delega por meio de um contrato para uma concessionária. É importante que haja aí metas claras e objetivas. Nós temos uma lei nacional que coloca como objetivo que 99% da população precisa ter acesso à água até o ano de 2033 e 90% precisa ter acesso à coleta e tratamento de esgoto até 2033. É importante que essas metas estejam estabelecidas em contrato com a concessionária, que a população cobre o cumprimento dessas metas e a realização das obras e então tenha um horizonte de solução desse problema”


Segundo a pesquisa, os jovens com menos de vinte anos de idade, pretos, pardos e indígenas são os mais prejudicados. Em nível nacional, quase metade das casas do país tem algum tipo de privação de saneamento. A situação é mais grave no Amapá, em Rondônia e no Pará, lugares em que mais de 40% da população não tem acesso aos serviços básicos.


*Reportagem: Larissa Biscaia, para BandNews FM Curitiba 

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