Um protesto que perde o foco
Ao avaliar o encontro que teria, como propósito, um protesto contra o governador Ratinho Junior e o prefeito de Curitib..
Ao avaliar o encontro que teria, como propósito, um protesto contra o governador Ratinho Junior e o prefeito de Curitiba, por decretarem toque de recolher e fechamento de alguns segmentos do comércio em função do aumento do risco de mortes pela covid, o jornalista e escritor Alceo Rizzi, fez a seguinte análise:
Compreensível o desespero de comerciantes e pequenos empresários que se vêem obrigados à dramática situação de interromper suas atividades pelas restrições impostas por prefeituras e governos, para tentar conter a disseminação do vírus da pandemia.
Houvesse outra solução possível como medida sanitária, ela já estaria sendo usada. Mas, fazer do protesto espécie de ato político, vestindo camisas em verde-amarelo , não como símbolo de cidadania, mas de apoio a um presidente que deliberadamente negligenciou o combate à pandemia e se apropriou das cores do panteão, empresta à manifestação outro caráter, não apenas o da real e eventual necessidade de sobrevivência de seus negócios.
Politizam uma causa pela qual há certa compreensão, embora não pareça existir outra saída para lutar contra o vírus. Mas ao mesmo tempo em que protestam, se prestam úteis à uma polarização que a ninguém de bom senso interessaria. Mais pertinente e coerente seria protestar pelo fechamento de atividades e exigir maior empenho do governo na vacinação para imunizar a população.
Ainda que de seus atos participassem grandes empresários, como o que se veste como papagaio, aliado da Presidência, cuja dimensão de seus negócios não o faz quebrar por uma semana de portas fechadas.
Não fosse o pouco caso, o propositado desleixo e a insanidade delirante de quem apoiam, ela já teria sido feita e as portas de seus negócios, a está altura, poderiam já estar abertas, funcionando normalmente.
Em vez de maior simpatia, cada vez mais se afastam de qualquer eventual apoio.