Seja o que Deus quiser

Jornalista Alceo Rizzi, colaborador do Paraná Portal faz uma análise sobre os recentes fatos que tem tirado Bolsonaro do sério. “Na mesma proporção de progressão geométrica das estatísticas da pandemia a qual faz pouco caso, também aumenta o isolamento do presidente, com reflexos em seus surtos de febris delírios. Agora é o vice e general, Hamilton Mourão, que já modula suas declarações com língua mais solta, quando diz em entrevista uma rádio que o auxílio emergencial e as linhas de crédito especial para manter a economia funcionando, deveriam ter sido mantidos e não interrompidos pelo governo em dezembro. “Tínhamos que ter tido comunicação mais eficiente de modo que a população entendesse a gravidade da doença… Tínhamos que ter entendido que a pandemia ia prosseguir e não terminar em 31 de dezembro”. Na mesma época, o presidente, em habitual psicose, deu declaração de que a pandemia estava acabando. Sobre as sabotagens às medidas sanitárias que ele adota com seu comportamento, o vice responde que não lhe compete “tecer esse tipo de crítica”, sem esconder o substantivo com o qual faz seu julgamento. Com a CPI da Covid do Senado em instalação , a doença fora de controle, vacinas não compradas por negligência, economia com sinais de pior desempenho comparado a outros países que integram a OCDE, crise com o STF, ruídos com Forças Armadas, Orçamento da União acima de teto de gastos que pode levá-lo ao impeachment se sancionado, como quer o Centrão, com quem se abraçou e o ameaça e, para encurtar, o vice também agora resolve destravar a língua. Só com doses cavalares de tarja preta ou cloroquina. E seja o que Deus quiser, como diz o próprio sujeito.