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Na Alep, as conversas, agora, só no pé de orelha. Aparelhos espiões no radar

Na Alep, as conversas, agora, só no pé de orelha. Aparelhos espiões no radar

No radar, os aparelhos de espionagem Mile First, de fabricação israelense. Na Assembleia Legislativa, depois que os parlamentares descobriram que duas dessas extraordinárias invenções chegaram ao Brasil, se fecharam em copas que ficou difícil até para jornalistas obterem informações. Um dos equipamentos foi para a ABIN e outro ficou nos arredores do Palácio Iguaçu, as […]

Pedro Ribeiro - quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024 - 19:33

No radar, os aparelhos de espionagem Mile First, de fabricação israelense. Na Assembleia Legislativa, depois que os parlamentares descobriram que duas dessas extraordinárias invenções chegaram ao Brasil, se fecharam em copas que ficou difícil até para jornalistas obterem informações. Um dos equipamentos foi para a ABIN e outro ficou nos arredores do Palácio Iguaçu, as conversas estão sendo feitas ao pé da orelha.

Um deputado, fonte da coluna, confidenciou que assessores fazem varreduras nas gavetas, nos armários e até nos banheiros, antes de iniciarem os trabalhos do dia a dia. Celulares estão sendo trocados como os que assistimos em filmes de espionagem. O ar ficou mais pesado depois que a Polícia Federal encontrou um computador da ABIN no escritório do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro. Foi uma correria por terra, ar e água. (A foto, captada na internet, foi publicada pelo jornalista Valdir Cruz)

O BRASIL NO REINO DA DINAMARCA


O jornalista Alceo Rizzi fez uma avaliação sobre este escabroso caso: “Tratar a questão com simplismo da adjetivação de uma “paralela” Agência Brasileira de Inteligência (Abin), havida no governo passado, é coisa de perigosa cumplicidade, ainda que involuntária, sobre o que se revela mais abjeto e condenável em um pano de fundo que se mostra mais grave. Não parece haver nada de paralelo em propósito que se explícita por si mesmo. E que a tudo transcende na sua exposição de tentativa explícita de transformar uma agência estatal e oficial de inteligência, em instrumento criminosamente nazifascista, ainda que sob a fachada de pretensa isenção e falsa legalidade. Como se fosse uma interminável Noite dos Cristais, em plágio de impunidade havida com tropas da SA nazista no nascedouro macabro de toda a tragédia humana que se seguiu. Identificar, como já se identifica, criminalizar e condenar envolvidos nesse crime, como a nulidade Zero Dois da prole de rebentos do ex-presidente, todos de algarismos de uma aritmética negativa, não é apenas necessário, como inerente exemplificá-los como abjeta referência. Mesmo em genética e índoles delinquentes, são infinitamente menores em ameaça quando se demonstra que uma instituição de Estado pode ser tentada facilmente à manipulação do gênero. Isso é o que mais importa. Além de criminosos facilmente identificados e que se espera sejam responsabilizados, há algo de podre no ar. Como se fosse o reino shakespeariano da Dinamarca”.

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