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Os mistérios, manipulações e jogos rasteiros da política paranaense
Foto: Jose Fernando Ogura/AEN

Os mistérios, manipulações e jogos rasteiros da política paranaense

Cada eleição que se aproxima é um jogo de xadrez decidido na última hora, sem contar com o jogo rasteiro, sacanagens, manipulações e promessas não cumpridas.

Pedro Ribeiro - segunda-feira, 22 de janeiro de 2024 - 11:55

A política paranaense é complicada, cheia de mistérios. A cada eleição que se aproxima é um jogo de xadrez decidido na última hora, sem contar com o jogo rasteiro, sacanagens, manipulações e promessas não cumpridas, além da “compra” de prefeitos com obras e benefícios fora do planejamento. Um dos primeiros mistérios surgiu na década de 70 quando Jaime Lerner se elegeu prefeito de Curitiba com uma campanha de 12 dias. Mais recente, a eleição do empresário e professor Oriovisto Guimarães que nunca havia participado da politica como candidato e derrotou lideranças tradicionais do Estado. Outro que surpreendeu até mesmo o bolsonarismo foi o ex-juiz federal, Sergio Moro que assumiu uma cadeira no Senado.

Agora, próximo de mais uma eleição, onde os municípios escolherão seus novos gestores, nos deparamos com novas incógnitas. Em Curitiba, um dos candidatos mais fortes para vencer o pleito, é o jovem vice-prefeito e secretário das Cidades no Governo Ratinho Junior. Não se pode, também, subestimar líderes como os deputados federal e ex-prefeito, Luciano Ducci e o estadual Ney Leprevost, além de Goura e Maria Victória, da família Barros. Neste pleito, o governador Ratinho Junior está no fio da navalha: é parceiro de Pimentel, de Ney Leprevost, que foi seu secretário da Justiça e do deputado federal e secretário da Indústria e Comércio, Ricardo Barros.

Quem Ratinho Junior apoiará? Esta é a pergunta. Se apoiar Ricardo Barros para o Senado em caso de cassação de Sergio Moro, resolve o problema da pré-candidata à Prefeitura, Maria Victória. Se apoiar Eduardo Pimentel, terá problemas com o também pré-candidato e amigo, Ney Leprevost. Em relação a Luciano Ducci, a campanha deve seguir uma linha de centro à esquerda, que não é a praia do governador. Agora, neste mistério todo, surge um fantasma difícil de exorcizar: Deltan Dallagnol, que embora cassado como deputado federal, lançou seu nome à prefeitura de Curitiba pelo Novo e com apoio do bolsonarismo. Mesmo sem poder ser candidato, quer luzes e fotografias.

Dentro deste contexto, temos mais uma liderança que não pode – ou jamais – ser menosprezada: o prefeito de Curitiba, Rafael Greca. Ele está no topo da pirâmide que pode decidir o pleito em Curitiba, mas, como político de carreira, quer uma moeda de troca. Novamente voltamos ao mistério. O que sobraria para Greca? Apoio de Ratinho Junior ao Governo do Estado? Aí temos mais um problema: tudo leva a crer que o candidato ao Palácio Iguaçu será o deputado estadual e primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, Alexandre Curi. E se Greca quiser negociar a possível vaga de Moro? Aí voltamos à etapa inicial.

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