Faep-Senar cria projeto de combate a desinformações sobre agro nas escolas
Promoção de uma educação positiva em relação ao agronegócio às crianças.
Responsável, hoje, por pouco mais de 5% do PIB brasileiro, o que representa perto de R$ 100 bilhões em volume de exportações do agro, em conjunto com a pecuária, há, no Paraná, dois programas para estimular a permanência das pessoas, principalmente herdeiros de propriedades, no campo e ações junto à crianças, como o Agrinho e o Projeto de combate desinformação sobre o agro nas escolas. São iniciativas da Federação da Agricultura e Senar Paraná.
Associação De Olho no Material Escolar realiza ações para melhorar o conteúdo dos livros didáticos e promove a difusão do conhecimento científico Integrar o conhecimento científico ao currículo escolar permite que estudantes e professores compreendam o funcionamento da agropecuária e, principalmente, os prepara para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades do setor.
Esse é o ponto de partida do trabalho da Associação De Olho No Material Escolar, entidade sem fins lucrativos criada em 2021, que busca a atualização do material didático, com base em conteúdo científico, para promover uma educação positiva em relação ao agronegócio.
Segundo a presidente da associação, Leticia Jacintho, grande parte dos materiais utilizados nas escolas apresenta que apresentam conteúdos relacionados ao agronegócio, oferecem uma perspectiva negativa e reforçando o distanciamento entre o setor rural e os alunos, professores e escolas. “Na pandemia, eu pude acompanhar mais de perto não só o material das crianças, mas ouvir as aulas e ver o que era proposto dentro de sala de aula pelos professores. Aquilo incomodou bastante porque estava completamente distante do setor agropecuário que a gente conhece. O afastamento da ciência era generalizado”, afirma Leticia, mãe de três crianças.
Um estudo encomendado à Fundação Instituto de Administração (FIA), em 2023, verificou que os conteúdos dos materiais didáticos utilizados nas escolas têm 60% mais citações negativas do que positivas quando abordam o agronegócio. Além disso, apenas 3,7% das fontes citadas têm embasamento científico.
Com base nos resultados da pesquisa, a associação convocou diversos profissionais para entender o processo de produção e distribuição de material didático, iniciando um esforço conjunto com as principais editoras do país.
De acordo com Leticia, a falta de conteúdo atualizado do agronegócio nos materiais escolares reduz a perspectiva de futuro de crianças e jovens. “Precisamos mostrar às crianças que há um mundo de possibilidades no agro e incentivá-las a fazer parte disso”, afirma.
Além do trabalho com as editoras, a associação promove diversas ações educacionais para mostrar a importância da agroindústria para o desenvolvimento econômico do Brasil. Uma das linhas de atuação é a sensibilização dos professo[1]res, disponibilizando ferramentas atualizadas para uso em sala de aula. Dessa forma, a associação estabelece parcerias para promoção de palestras e/ou mesmo para a consultoria para composição do material didático em temas relacionados ao agronegócio. Todo o material produzido é disponibilizado na plataforma virtual “Agroteca”, uma espécie de biblioteca do agro. No próprio site (deolhonomaterialescolar.com.br/agroteca) é pos[1]sível encontrar materiais com fontes atualizadas, baseados em dados científicos, com linguagem acessível. A curadoria é realizada pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).
Os conteúdos trazem informações sobre os diferentes aspectos do agronegócio e de outros setores correlacionados, enfatizando a conexão entre o campo e a cidade, com o objetivo de incentivar a reflexão em sala de aula. Outra iniciativa é o projeto “Vivenciando a prática”, em que propriedades rurais e empresas do setor abrem suas portas para visitas educacionais. A proposta é oferecer uma imersão no universo do agronegócio, ampliando o conhecimento sobre a realidade do campo por meio da experiência direta. A iniciativa é realizada em diversos Estados, abordando temas como profissões, economia, tecnologia, produção, conservação e responsabilidade social. Desde 2021, mais de 20 mil crianças e jovens do Ensino Fundamental e Médio passaram pelo projeto.
(Fonte: FAEP- SENAR-PR).