Com pedido de impugnação, mais uma pedra no caminho do pedágio
Com mais essa paralisação no processo de concessão das rodovias com pedágio, o setor produtivo paranaense, em especial o do agronegócio, volta a coçar a cabeça
Mais uma pedra no tortuoso caminho da concessão rodoviária no Paraná. Ela foi cautelosamente colocada pelo deputado petista, Requião Filho, porque o processo de leilões para licitação do pedágio não prevê, em seu documento, isenção de tarifa para pessoas com deficiência, autismo, veículos oficiais, ambulâncias e viaturas, além de ignorar regras vigentes provadas pelo legislativo estadual.
Requião Filho despejou um balde de água fria no acordo feito entre os governos federal e estadual para agilizar o processo de concessão rodoviária no Paraná onde, desde novembro de 2021, as rodovias foram liberadas e não é cobrado pedágio. O deputado encaminhou representação à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) pedindo impugnação do edital 01/2023 dos lotes 1 e 2 do sistema rodoviário no Paraná.
Com mais essa paralisação no processo de concessão, o setor produtivo paranaense, em especial o do agronegócio, volta a coçar a cabeça. Segundo a Faep/Senar, que encomendou estudos sobre o transporte rodoviário das próximas safras em direção ao Porto de Paranaguá, os resultados não são bons e sim, preocupantes.
“Produtores rurais e demais elos da agropecuária paranaense já estão com sinal de alerta aceso. Pois, sem a iniciativa privada no comando das estradas e com a falta de manutenção por parte dos órgão públicos responsáveis, a previsão é, infelizmente, de transtornos e, consequentemente, prejuízos no escoamento da safra 2023/24”, alerta a Faep/Senar-Paraná em sua revista quinzenal.
O presidente do sistema Faep-Senar Paraná, Ágide Meneguette, informa que o “setor produtivo está vigilante. Desde o fim das concessões, as nossas rodovias ficaram em estado de abandono. Incidentes que poderiam ter sido previstos, evitados ou minimizados afetaram o transporte de nossa safra de grão. Tudo isso trouxe prejuízos aos produtores rurais. Queremos que esse cenário não se repita na próxima safra”.
Apesar do alerta e reivindicação de Meneguette, os produtores rurais sabem que o pedágio não terá obras nos próximos três a quatro anos.
Meneguette disse recentemente ao Paraná Portal que não foi por falta de aviso. “Desde 2016 órgãos do setor produtivo vinha alertando o governo que era necessário agir preventivamente e antecipar a nova licitação do pedágio das rodovias, já que a concessão que estava em vigor venceria em novembro de 2021. A Faep defendeu que fossem prorrogados emergencialmente os contratos com as concessionárias, enquanto se realizava a nova licitação. Há décadas se sabia que as concessões terminariam em novembro de 2021. Esperou-se vencer o prazo e essa inabilidade política nos custou caro. O Paraná viu o que ocorreu com as nossas estradas e os produtores sentiram no bolso o prejuízo”.