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Algumas reflexões sobre conjugalidade, parentalidade e filiação
Imagem criada por Dilton Vaz / 5AM DIGI

Algumas reflexões sobre conjugalidade, parentalidade e filiação

Que homens e mulheres, pais e mães e filhos e filhas possam sentir empatia e responsabilidade afetiva uns pelos outros, honrando vínculos únicos e inconfundíveis.

Daiana Allessi - quinta-feira, 23 de novembro de 2023 - 12:58

Que homens e mulheres, pais e mães e filhos e filhas possam sentir empatia e responsabilidade afetiva uns pelos outros, honrando vínculos únicos e inconfundíveis.

Cada dia temos a oportunidade de aprender com algumas atitudes que devemos adotar em nossa vida, bem como, comportamentos que devemos evitar. É fato que o outro, nosso semelhante, nos ensinará sempre, quando for generoso ou quando for cruel e mesquinho.

Em muitos anos do exercício da advocacia familiarista, atuando em relações pessoais conflituosas de terceiros que na maioria das vezes envolviam corações partidos, crianças e “justiça financeira”, posso afirmar que já vi e ouvi de tudo, e consigo ser empática e respeitar a história de cada um dos envolvidos, porém, nunca superei o egoísmo e a ingratidão que rondam esses vínculos.

Ninguém, (ou quase ninguém) se casa pensando em divórcio e em transformar a aparente calmaria de uma relação familiar estável em uma disputa ferrenha e desgastante, porém, acontece e não se trata de pessimismo, senão realismo. Não afirmo que irá acontecer com todos, mas existe a possibilidade de acometer algumas pessoas, e essa consciência é imprescindível.

E por que falo sobre isso?

Porque não consigo entender e nem respeitar a ingratidão e o egoísmo nas relações familiares. E quando refiro-me ao egoísmo e à ingratidão não é pelo fato de os relacionamentos terminarem ou das pessoas tentarem novas abordagens de vida, com ou sem filhos, porém, de confundirem com contumácia, frequências inconfundíveis como a conjugalidade, a parentalidade e a filiação.

A conjugalidade, o casamento, a união e o sentimento de bem-querer podem acabar, mas a parentalidade, o exercício da responsabilidade e do cuidado com os filhos não acaba, assim como não acaba o respeito e a gratidão pela história construída em conjunto. E essa confusão de sentimentos sequela gerações de pessoas que crescem descrentes, feridas e com grande probabilidade de repetir alguns comportamentos equivocados em suas vidas pessoais.

A vontade de seguir junto, o sentimento acabou? Tudo bem, sem culpa, sem julgamentos, sem represália e vingança. Seja grato (a) pela história de vida compartilhada, pelas conquistas, pelos filhos, pelos pets, pelas viagens e pelo tempo da sua vida que você doou.

Já em relação à paternidade e à maternidade, deixem de lado as intrigas e o coração partido e foquem no bem-estar daqueles que não tem culpa de suas escolhas e decisões. Priorizem seus filhos, minimizem os danos e os traumas. Não usem seus filhos como moeda de troca ou escudo. Não sejam mesquinhos (as). Somente seja pai, seja mãe, já é uma tarefa heroica!

A vocês, filhos, o recado é destinado aos que tem condições de discernir e decidir. Exerçam a filiação de maneira digna, não sejam injustos, ingratos, influenciáveis. Amem seu pai e sua mãe, mas saibam observar, definir limites e entender que ninguém consegue dar o que não tem, e não me refiro a bens materiais e sim sentimentos.

Não tenham apenas um ponto de vista, não se deixem manipular e sejam gratos, pois a gratidão carrega consigo a justiça e afasta o egoísmo. E acima de tudo lembrem-se: o mundo não gira ao redor dos seus umbigos.

Deixo essa reflexão, e ao mesmo tempo um desabafo, de uma advogada apaixonada pela profissão, e que embora acostumada com o ofício, presenciou em uma única semana, muitas injustiças, ingratidão e vilania. Que os próximos dias sejam de episódios mais leves e da certeza que todo o bem e positividade que você entrega para o universo, é devolvida em dobro para você!

Isso te assusta ou conforta?

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