A pedra no sapato do governador Ratinho Junior neste início de 2023

O governador Ratinho Junior (PSD), que fez uma grande composição partidária no Estado e conquistou a maioria dos 399 prefeitos, o que lhe rendeu uma votação de quase 70% dos votos nas eleições que o reconduziram ao Palácio Iguaçu, terá, aparentemente, apenas uma pedra no sapato neste início de nova gestão. Terá que negociar com o Governo Lula, o qual foi contra nas eleições, o novo modelo de pedágio no Estado.

Os contratos das concessionárias que administravam as rodovias do chamado Anel de Integração foram encerrados há mais de um ano e até hoje não se chegou a um novo modelo que venha a contentar o setor produtivo, os usuários e as empresas que pretendem participação de uma nova licitação. Nem licitação foi feita e o governador teve que conviver com críticas de usuários e empresários do agronegócio neste final de ano com problemas nas rodovias, principalmente a BR-277 que liga Curitiba a Paranaguá.

Em seu discurso de posse, neste dia primeiro de janeiro de 2023, o governador não citou o problema do pedágio, embora tenha feito um relatório sobre as ações de governo nas rodovias paranaenses, com recuperação de vias, duplicações e a licitação para a Ponte de Guaratuba, antiga reivindicação dos paranaenses que fazem veraneio no litoral paranaense.

Com uma base sólida na Assembleia Legislativa e o apoio da maioria dos prefeitos, o governador terá que mobilizar a bancada paranaense no Congresso Nacional e fazer algumas concessões junto à Frente Parlamentar do Pedágio para negociar com o governo federal. 

Enquanto isso não acontece, há um risco de desgaste da imagem de Ratinho Junior com as enormes filas que se formam na BR-277 e tem irritado caminhoneiros que levam a produção do agronegócio ao Porto de Paranaguá e os usuários que frequentam a rodovia com destino às praias.